sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A década de 1970

Os agitados anos 70
Os anos 70 representam uma época de mudanças significativas: luta política, feminismo, luta contra o racismo, combate à censura, revolução na moda, os festivais de música, a celebração da vida alternativa e a consolidação da televisão.
Talvez, por isso, seja difícil definir com precisão quando começaram os anos 70. Quem sabe, em agosto de 1969, em Woodstock, ou ainda em 1970 quando John Lennon disse “O Sonho Acabou” com o término dos Beatles. Assim, podemos “combinar” que a década começou no momento em que se perderam a inocência e a crença nos ícones e bandeiras dos anos 60.
Não podemos afirmar que o início dos anos 70 tenha sido o fim da revolução lançada pelas enormes conquistas dos anos 50 e 60. Ao contrário, assistimos, muitas vezes ao aprofundamento desses avanços. No Brasil, por exemplo, muitos jovens idealistas radicalizaram as suas lutas políticas, ingressando na clandestinidade para combater o regime militar. O feminismo conseguiu grandes avanços diminuindo as desigualdades entre homens e mulheres. Também ganhou força a defesa dos direitos das minorias, a luta contra o racismo, o combate à censura.
O que mudou afinal foram as formas de manifestação e expressão que acabaram se tornando mais sutis, menos ingênuas, e até mais debochadas. Fomos nos tornando mais cínicos à medida que as autoridades se tornaram mais repressivas. Aprendemos, assim, a escrever nas entrelinhas, a deixar o dito pelo não-dito. Nesse momento, Andy Wahrol proclamava: “no futuro todos serão famosos por 15 minutos.” Assim, cada um de nós simples mortais, começamos a correr atrás dos nossos 15 minutos, movidos nos embalos de sábado à noite.
E, assim, para concluir qual foi afinal, o legado dos anos 70? Talvez seja a luta pela liberdade de expressão em todas as suas dimensões.
A luta pelo fim da censura, pela igualdade de condições e oportunidades para homens e mulheres pela liberdade de criar sua própria moda com o “faça você mesmo”, liberdade para dançar como quiser – “dance bem, dance mal, dance sem parar”...
Por isso, para o Brasil pelo menos, talvez os anos 70 não tenham terminado em 1979, mas um pouco mais tarde, com a luta pela abertura política, com a luta pelas “Diretas Já” em 1984, com o amadurecimento de uma produção cultural de peso no cinema, na música, na televisão, ou até mesmo, em 1982, com a derrota da Seleção Brasileira na Copa, doze anos depois da conquista do Tri.
A década de 70 não só marcou conquistas e perdas, mas também representou um período que nos deixou um legado idealista marcado por uma profunda saudade. Viva os anos 70!

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